Vida no Trabalho: Trabalho e Sustentabilidade
Participaram deste programa Ricardo Mira, especialista em psicologia social e ambiental da Universidade de Coruña, na Espanha, e Vanessa Batista, professora do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará e coordenadora do Laboratório de Estudos sobre a Consciência (LESC).
O professor Ricardo
Mira, inicia o debate conceituando sustentabilidade vinculando-a a
aspectos
do trabalho. Ele afirma que tal conceito possui diversas
significações dependendo do contexto ao qual ele esteja inserido. O
professor
defende
a ideia de que a sustentabilidade é uma questão social, pois
aproximando a questão mais para a área da psicologia, tem-se o
pensamento que mudanças no clima e na temperatura alteram e
influenciam os comportamentos das pessoas.
A apresentadora
Fátima Leite instiga Ricardo a falar sobre os debates acerca da
sustentabilidade na América Latina, sendo assim, ele fala dos
impactos e dos problemas da Europa e do seu crescimento industrial
que impacta de forma predatória o meio-ambiente. Ele ressalta a
importância do cuidado que países emergentes, como o Brasil,
devem
apresentar. Relacionando ao mundo do trabalho, o professor se atém a
sociedade de consumo que abusa dos recursos naturais sem muitos
planejamentos. Então, no que tange a essa sociedade e aos ambientes
de trabalho,
devem-se
adotar medidas para se reduzir os impactos no ambiente.
Ricardo Mira
fala sobre o quão difícil é a convivência do ideal da
industrialização convencional e do ideal de sustentabilidade. Para
ele, do ponto de vista político, é muito difícil essa coexistência
devido a alguns fatores: benefícios da exploração, países não
estão dispostos a reduzir produção, aumento de custos e outros.
Fátima
questiona se houve avanços no debate da Organização das Nações
Unidas (ONU) que retomou o protocolo de Kyoto, o professor diz que
alguns avanços foram obtidos, mas de baixo compromisso. Ricardo
ressalta aspectos importantes e propostas de discurso e debate para o
RIO + 20. A incompatibilidade de interesses é um agravante para essa
discussão.
Para
um crescimento industrial e sustentável, o professor propõe como
alternativa, uma educação ambiental nas organizações. Em um
momento posterior, o professor retoma esse assunto complementando o
que foi dito, explicitando modelos de cidades e enfatizando a
educação nas escolas.
O decrescimento
é um tema que ganha respaldo na metade da entrevista. O que
entendemos por decrescimento? Qual a importância desse método para
o debate em questão? Esses são alguns questionamentos respondidos
pelo convidado. Relacionado a esse assunto, outro questionamento
relevante é a injustiça de cobranças sobre os países emergentes,
visto que os maiores responsáveis pela degradação da natureza não
foram eles. Vanessa Batista faz uma crítica a esse pensamento
dizendo que se os países emergentes não auxiliarem na busca de
medidas e de ações, a sustentabilidade não poderá vir a ocorrer.
O professor fala de algumas cidades do sul do Brasil e de cidades da
Espanha, que possuem projetos e medidas que buscam melhorar a
qualidade de vida apoiada no ideal sustentável.
O ‘‘trabalha
verde’’ ganha enfoque no debate. Ricardo, primeiramente,
esclarece o que vem a ser tal conceito em quais setores ele se
enquadra, elucida também os benefícios para as empresas praticarem
esse tipo de trabalho, visto que se ganha respaldo perante o
consumidor e aumenta a rentabilidade da empresa se bem planejado.
Além disso, abraça-se um causa social e promove bem-estar.
Por
fim, os convidados comentam sobre o agronegócio, que é uma prática
que se utiliza da exploração natural, porém,
o
que o professor defende tal prática afirmando que essa ação por um
lado explora, mas por outro (e sobrepondo o lado negativo), traz
benefícios sociais. Vanessa aponta e mostra a agricultura familiar
como alternativa e proposta do Estado,
para
melhorar e buscar novas formas objetivando respeitar o meio-ambiente.
Resumo por Romulo Amâncio.
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