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Profissionais da saúde pedem melhores condições de trabalho



Médicos, outros profissionais de saúde e estudantes de pelo menos um estado em cada região do país foram para as ruas hoje (3). Eles protestam conta a importação de médicos estrangeiros sem revalidação do diploma e também pedem mais recursos e melhores condições para atender ao público.

Em Palmas, no Tocantins, os profissionais abraçaram o maior hospital da cidade. No Rio de Janeiro, o protesto foi na Câmara dos Vereadores. Em Curitiba, a reunião foi no centro da cidade e no Pará, os manifestantes foram até a secretaria estadual de Saúde. Em Teresina, os profissionais caminharam debaixo de chuva e, na frente do hospital mais antigo da cidade, eles cantaram o Hino Nacional.

O motivo de trazer profissionais de outros países é para tentar acabar com a dificuldade de fixar médicos no interior e nas áreas mais pobres do país. Uma vaga de pediatra de UTI, com salário de R$ 30 mil, está aberta há um ano e meio, em Imperatriz, no Maranhão.

Os prefeitos também reclamam que há unidades básicas de saúde prontas, mas sem médicos. No começo do ano, as prefeituras só conseguiram preencher 29% dos postos abertos para médicos fazerem o atendimento básico à população. “Existe um número pequeno de médicos no Brasil, insuficiente para a população brasileira. A maioria desses médicos está concentrada nos grandes centros urbanos”, relata o presidente da Associação Brasileira de Municípios Eduardo Tadeu Pereira.

Está tudo planejado para sair, na semana que vem, um edital de convocação de médicos para atuar na atenção básica. Devem ser perto de dez mil vagas. A prioridade é para os médicos brasileiros, mas se eles não quiserem, o governo já decidiu que vai chamar estrangeiros, principalmente espanhóis e portugueses. Os contratos têm salários de R$ 10 mil com duração de até três anos.

O Ministério da Saúde diz que só serão aceitos estrangeiros que tenham curso de medicina com grade curricular semelhante à do Brasil. O histórico médico também será analisado. Quando chegar, o profissional será treinado e trabalhará com supervisão.

“Será feita uma avaliação da qualidade dessa formação. Também a proficiência na língua e a condição de exercer a medicina no território brasileiro”, explica o secretário de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde Mozart Sales.

Os médicos estrangeiros não terão que fazer um exame chamado “Revalida”, que reconhece os diplomas estrangeiros. Essa é a principal crítica do Conselho Federal de Medicina.

“Exigindo o Revalida nós estamos ajudando muito a população a não sofrer nenhum problema mais sério do que estar sem médico. Mas volto a insistir, os médicos brasileiros estarão nos postos se o governo respeitar a profissão e respeitar a população”, fala o presidente do Conselho Federal de Medicina Luiz D’Ávila.



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