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Trabalho infantil reduz 14%, mas quase 4 mi ainda são exploradas

Em dois anos, cerca de 600 mil crianças deixaram de trabalhar. Apenas na região Norte exploração da mão-de-obra aumentou.

24/09/2012 20h35 - Atualizado em 24/09/2012 20h35

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio divulgada na última sexta-feira (21) pelo IBGE mostrou um

avanço, ainda que pequeno, em um problema que envergonha o Brasil: o trabalho infantil.

Leandro tem apenas 6 anos de idade e já trabalha com os irmãos em Buíque, sertão de Pernambuco. Eles seguem os passos do pai, que ainda menino aprendeu a usar a enxada.

“Filhos e netos, tudo trabalha na roça. Tem que comer da roça, né? Aí para um pouco de estudar”, fala o agricultor Félix Siqueira.

Nas ruas do interior, na praia, nas feiras das grandes cidades, quase 3,7 milhões de crianças trabalham no Brasil, segundo a pesquisa do IBGE. Um pesadelo presente em todas as regiões.

A lei proíbe o trabalho de crianças no Brasil. Só a partir dos 16 anos é que os adolescentes podem trabalhar. Mas, se no dia a dia encontramos pequenos trabalhadores sacrificando a infância, a pesquisa trás uma boa notícia: o trabalho infantil está diminuindo no país.

Em dois anos, cerca de 600 mil crianças deixaram de trabalhar. Uma redução de 14%. O Nordeste registrou a maior redução. Apenas na região Norte a exploração da mão-de-obra infantil aumentou.

A maioria dos pequenos trabalhadores tem entre 14 e 17 anos de idade e atua na agricultura. Mas a remuneração no campo ainda é uma raridade.

“Independente da classe social, criança não tem que trabalhar. O trabalho precoce só prejudica. Qualquer mínimo percentual, qualquer criança afastada do trabalho infantil é motivo de grande comemoração”, defende a procuradora do Trabalho Débora Tito.

“Se eu pudesse escolher eu não trabalhava. Iria para casa estudar e depois ia para o colégio”, diz José Henrique da Silva, de 13 anos.

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