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Trabalho aquecido

25.09.2012

Em meio às incertezas econômicas rebocadas pela crise financeira externa, a taxa de desemprego caiu para 5,3%, o menor patamar para o mês de agosto nos últimos dez anos. Essa aparente contradição é justificada pelo propósito da cadeia produtiva de não demitir em massa os empregados, diante das perspectivas de retorno do crescimento econômico.

A cautela produziu efeitos, porque a taxa média de desemprego, de janeiro a agosto, traduz o acerto das medidas macroeconômicas e de incentivos adotadas pelo governo. A reação da economia também se refletiu isoladamente no mês de agosto. Mas ainda existe um grande passivo de informalidade e insuperáveis disparidades regionais.

As variações de índice são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), condutor de pesquisa sobre emprego e desemprego realizada nas seis principais regiões metropolitanas do País. Para analistas da Fundação Getúlio Vargas, o ritmo de crescimento da economia, nos últimos anos, vem permitindo à população em idade ativa ocupar as vagas de trabalho.

Também a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do IBGE, vem confirmando evidências positivas resultantes do aproveitamento dos postos de trabalho. Nos últimos dois anos, a parcela de desempregados na força de trabalho caiu de 8,2% para 6,7% no País, beneficiando 1 milhão de trabalhadores em relação a 2009.

O mercado empregador tem apresentado peculiaridades pouco comuns aos períodos de instabilidade econômica. Nessa travessia de dúvidas, a carteira de trabalho se fez mais presente, especialmente no setor privado. Ela passou de 70,2% para 74,6%, fazendo surgir 3,6 milhões a mais de empregos protegidos, com alta de 11,8%.

Essa expansão aconteceu em todas as regiões, sendo que, no Sul e no Sudeste, a taxa de crescimento supera 80%. Pelos dados da Pnad, o mercado de trabalho demonstra maior amadurecimento, observando-se elevado recrutamento de trabalhadores com idade acima de 30 anos e diminuição dos mais jovens.

Outro detalhe bastante animador revelado: mais de 50% dos trabalhadores ocupados são portadores de conclusão do ensino médio. O setor de serviços registrou avanços no contingente de mão de obra engajada. Em 2011, 41,5 milhões de pessoas trabalhavam no segmento, observando-se crescimento de 5% sobre a massa empregada em 2009. Houve, assim, evolução de 43,1% para 44,9% da população ocupada.

A mão de obra relativa ao segmento industrial encolheu 8%. A participação no conjunto dos trabalhadores empregados caiu de 14,8% para 13,5%. Mas a construção civil é o segmento que mais cresce no País. Seu contingente aumentou 13,6%, alcançando 7,8 milhões de trabalhadores.

O Ministério do Trabalho levanta periodicamente dados sobre emprego e desemprego de âmbito nacional. Pelos números obtidos, mesmo apurando queda no emprego formal, foi identificado saldo positivo de 100 mil empregos formais em agosto, englobando todas as regiões do País. Só a indústria emprega 3,7 milhões de trabalhadores.

Neste ano, pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho, foram abertas 1.378 vagas formais de trabalho no País. Até dezembro, a previsão de fechamento do ano aponta o surgimento de 1,5 milhão. Pelos dados oficiais, o mercado de emprego confirma sua dinâmica acumulando saldos favoráveis.

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